O desespero veio.
Acreditava que a morte era a saída,
sem espetáculos,
sem fanfarras,
silenciosa
e sem despedida.
Acreditava que a morte era a saída,
sem espetáculos,
sem fanfarras,
silenciosa
e sem despedida.
Todavia, queria muito viver,
mas não essa vida
cheia de labirintos
becos sem saída
e rota,
para si, bloqueada.
Queria ser como todo mundo,
viver o que todo mundo sente,
mas sem sofrimento;
queria viver à sua forma,
viver o que ninguém nunca viveu,
algo que nunca viu,
um amor que jamais existiu.
Assim, acreditava agora que a vida era a saída,
de espetáculos,
de fanfarras,
estridente,
colorida
e com muitas calorosas
chegadas e saídas.
Apenas desejava ser livre
com chegadas e despedidas efusivas
para um dia retornar ao mundo
e por ele fortalecida,
enfim, lembrada
e nunca mais esquecida.
