O A ansiedade é considerada uma das doenças mais marcantes do século XXI, caracterizando-se por uma preocupação excessiva e persistente, com sintomas físicos e mentais que afetam profundamente a vida cotidiana de milhões de pessoas. Essa condição reflete um caos social contemporâneo, alimentado por pressões econômicas, sociais, tecnológicas e culturais.
A sociedade moderna está cada vez mais líquida, sem formas ou regras, numa escalada sem precedentes de estrelismos movidos pelo mundo virtual nas redes sociais que vendem a teologia da prosperidade e a individualidade como modelo de vida de sucesso.
Ledo engano, haja vista que nós, seres humanos, feitos, segundo as Escrituras sagradas como a Imagem e Semelhança do Criador, somos gregários, nascemos, vivemos e morremos em nossos grupos de origem e precisamos uns dos outros para nos sentirmos bem e felizes; mesmo que nos afastemos de nossos iguais de parentela, nos recolocaremos em grupos afins, que tenham significados emocionais para nós, que vibrem em nossa sintonia, com virtudes e valores semelhantes, ou também, vícios e imperfeições que nos permitamos semear.
Embora a ansiedade seja uma condição humana desde tempos remotos, seu reconhecimento como uma doença em larga escala se intensificou no século XX, com o desenvolvimento da psiquiatria e da psicologia modernas. A partir dos anos 1980, o aumento das taxas de ansiedade começou a ser amplamente discutido, em paralelo ao crescimento do estresse social associado à vida urbana, ao ritmo acelerado de trabalho e à globalização.
Com a chegada do século XXI, houve um aumento significativo no diagnóstico de transtornos de ansiedade, em parte devido a uma maior conscientização, mas também em função de mudanças socioculturais, como o avanço das tecnologias digitais, a pressão pelo sucesso pessoal e profissional, além da instabilidade econômica e política.
Do ano 2020 para cá, devido as regras impostas de confinamento social devido a pandemia mundial, pessoas de todas as idades viram sua saúde mental sofrer danos alarmantes com TAG, Transtorno de Ansiedade Generalizada, pelas alterações nas relações cotidianas, de família, de trabalho, de práticas religiosas, de estudo e demais áreas das relações humanas.
Vários estudos científicos têm investigado a ansiedade como uma epidemia global. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, atualmente, cerca de 264 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com transtornos de ansiedade. Pesquisas apontam para fatores biológicos, genéticos e ambientais como determinantes para a manifestação da ansiedade. Aqui cito alguns desses fatores:
Cérebro e neurotransmissores: Estudos mostram que a ansiedade está relacionada a desequilíbrios nos neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina. Esses desequilíbrios afetam a maneira como o cérebro processa emoções e reações de medo. Ter medo é normal, mas se esse medo rouba a cena da sua vida, é patológico e você precisa de ajuda especializada, de terapias a medicinas.
Respostas ao estresse: A exposição crônica ao estresse, seja no ambiente de trabalho, em relacionamentos ou na sociedade em geral, leva à ativação prolongada do sistema nervoso simpático, o que resulta em sintomas ansiosos.
Tecnologia e redes sociais: Pesquisas indicam que o uso excessivo de redes sociais está correlacionado com um aumento nos níveis de ansiedade, especialmente entre jovens. A comparação constante com os outros, a busca por validação social e a exposição a um fluxo contínuo de notícias negativas podem amplificar a sensação de angústia e insegurança.
Mudanças culturais e econômicas: A incerteza econômica e a competitividade acentuada têm criado um ambiente em que as pessoas se sentem constantemente pressionadas a alcançar padrões elevados de sucesso, o que alimenta o ciclo de ansiedade.
E as consequências da ansiedade no mundo contemporâneo são amplas e profundas:
Problemas de saúde mental: A ansiedade está fortemente associada à depressão e a outras condições de saúde mental. Muitas vezes, ela contribui para comportamentos de fuga, como o uso de substâncias, isolamento social ou dependência de tecnologias.
Impacto no trabalho e na produtividade: A ansiedade crônica afeta o desempenho no trabalho, levando a altos níveis de absenteísmo e perda de produtividade. Empregadores relatam dificuldades em gerenciar equipes que enfrentam transtornos de ansiedade.
Problemas de saúde física: Além dos efeitos psicológicos, a ansiedade está ligada a problemas de saúde física, como doenças cardíacas, hipertensão, distúrbios digestivos e doenças autoimunes, devido ao efeito prolongado do estresse sobre o corpo.
Impacto nas relações sociais: A ansiedade pode prejudicar interações sociais, levando à dificuldade em manter relacionamentos saudáveis, tanto no âmbito pessoal quanto profissional, o que reforça o ciclo de isolamento e mal-estar.
E a pergunta que não quer calar: há luz no fim do túnel? Sim , a resposta é um grande e sonoro e esperançoso sim! Para combater essa epidemia de ansiedade, algumas abordagens podem ser consideradas tanto no nível individual quanto no social:
Apoio psicológico e terapias: A psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC), tem se mostrado altamente eficaz no tratamento da ansiedade. Além disso, práticas como a meditação mindfulness e técnicas de relaxamento são cada vez mais recomendadas para ajudar a reduzir os níveis de estresse e ansiedade. Método CMEI – Compreender, Mensurar, Educar e Inserir são abordagens da hipnoterapia avançada que trazem resultados rápidos e eficazes indo na raiz do trauma, na causa e não nos efeitos ou nas superfícies dos sentimentos.
Tratamento farmacológico: Medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos são utilizados para controlar os sintomas em casos mais graves. No entanto, esses tratamentos devem ser supervisionados por profissionais de saúde e acompanhados de intervenções psicossociais. Seu médico de confiança é o único profissional habilitado para receitar tais fármacos.
Promoção de hábitos saudáveis: O incentivo à prática de atividades físicas regulares, alimentação equilibrada e um sono adequado são fatores essenciais para reduzir os níveis de ansiedade. Estudos mostram que o exercício físico tem um efeito ansiolítico, ajudando a regular neurotransmissores e o humor.
Revisão do uso de tecnologia: A conscientização sobre o uso excessivo de redes sociais e a promoção de um equilíbrio digital são necessários para reduzir o impacto da comparação social e da exposição constante ao conteúdo digital negativo. Diga ao seu celeular que você consegue viver sem ele, como nos ensina a Terapeuta Ângela Sousa.
Mudanças sociais e políticas: Medidas que promovam o bem-estar no trabalho, como ambientes menos competitivos e mais colaborativos, políticas públicas de suporte à saúde mental e programas educacionais que ensinem habilidades emocionais podem ajudar a reverter o panorama da ansiedade no longo prazo.
Então, para concluir, a ansiedade como doença do século XXI reflete as tensões e desafios da vida moderna, exigindo uma combinação de abordagens terapêuticas, mudanças de estilo de vida e políticas sociais para aliviar o caos contemporâneo e promover o bem-estar emocional.
ANSIEDADE – O MAL DO SÉCULO XXI

Professora, historiadora, coach practitioner em PNL, neuropsicopedagoga
clínica e institucional, especialista em gestão pública.
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